A incógnita original ( Ponto de Interrogação )
A incógnita original
se nos apresenta
insondável,
inacessível,
n’um conjunto unitário,
representado
por ponto de interrogação,
indecifrável.
Sobre versos universais
O Universo em sua magnitude,
projetado
em plena infinitude,
inspira
sublime poético momento
que
ora se imprime no sentimento.
Quem
poderia ao mundo passar
um
modo fiel do contemplar
através das palavras
mais pertinentes
sua imagem na
relevância, precisamente,
retratando
em aspectos sua compleição,
na
mais translúcida descrição,
numa revelação fiel ,
rebrilhada,
com engenho e arte
aplicada ;
só um momento poético iluminado
com a própria vida inserida,
de modo magistral,
de intelecto genial;
n’uma estética à altura
da beleza que se afigura
em visão seu tanto otimizada
ao flagrante espetáculo inclinada,
desde
tudo que se faz mostrado
ante
nossos olhos nus encantados,
Céu, mar , estrelas ,
planetas
Lua, Sol ,
asteroides, cometas,
ao que os
satélites em fotos nos trazem
de galáxias distantes, fantásticas imagens:
desde Andrômeda e orbes outras mais;
nuvens de gases e poeira tais e quais,
onde nascem
estrelas;
onde morrem estrelas;
nebulosas elípticas ou espirais,
em seus vários tipos ainda mais:
Da Águia , Pilares da Criação,
de Órion , das Plêiades
, e outras então
a NGC 6357, a Cabeça de
Cavalo , a do Anel ,
a Constelação de Lyra
, a do Caranguejo , tantas do céu,
e ainda o que não se
vislumbra; da imaginação:
concretas abstrações
mentais dos filmes de ficção:
ETs do bem ou do mal ,
assustadores
monstros sanguinários, áliens
predadores,
que se hão, que fiquem sempre por lá
e que nunca nosso
planetinha venham encontrar,
que se nos vêm
serão o maior dos problemas;
então que fiquem
apenas na estética do cinema...
O Universo em sua
magnitude,
projetado em plena
infinitude,
inspira sublime poético momento,
que ora se imprime no sentimento.
Sobrenaturais inexplicáveis
Enquanto o Universo segue em expansão,
desde aquela inicial explosão,
ou o que seja
do que lá tenha sido,
nas conjecturas de obra divina
- nas suspeições pelo Princípio Antrópico,
ou o que quer que lhe contraponha -
nas suposições do Acaso ,
cientistas eurecam descobertas
a partir de pesquisas e experimentos
em seus laboratórios;
religiosos reverenciam divindades,
e por suas crenças,
muito são capazes de aprontar,
desde a fé ao fanatismo;
sonhadores estelares projetam no astral
seus mundos idealizados,
pelo qual incursionam
em patéticas aprontações, até loucuras ;
enamorados fruem do seu amor,
encantados , enfeitiçados
seguindo aos anéis
do aspirado compromisso mútuo
ao altar do ‘sim’ ,
ao lar da doce união;
geramos gametas ,
a tornarem-se embriões , fetos ,
bebês , crianças , homens e mulheres
a gerarem espermatozoides e óvulos
no nosso ciclo de nascimento, crescimento , reprodução e morte;
a água da chuva cai sobre a Terra
desde nuvens feitas de vapores pelo Sol
nas águas dos rios , lagos e mares ,
no ciclo do líquido precioso;
plantas geram flores
- pr'onde vão borboletas,
metamorfoseadas desde larvas e lagartos -
e as flores fazem-se em frutos com suas sementes
que caem na Terra e se desenvolvem em nova planta
no ciclo vegetal , clorofílico
- absorvendo gás carbônico e liberando oxigênio;
a Lua Cheia torna-se em Minguante ,
d’onde vai a Nova e então Crescente em suas fases,
favorecidas pela ação do Sol;
o Outono, com suas árvores desnudas em galhos secos,
pelas folhas caídas a se renovarem,
caminha para o Inverno das chuvas e do vento frio,
seguindo para a Primavera das flores e das borboletas,
seguindo para o Verão do calor do Sol;
a convivência humana segue em complicações,
desde a luta pela sobrevivência, e por tantas mais,
na efervescência política de políticas e ideologias
e seus planos e promessas e soluções
nas várias dimensões e oposições
resvalando em sangrentos embates,
atentados , terrores e guerras;
as mídias noticiam ações humanas
desde boas a ruins e demais;
entidades obsessoras declaradas
invadem com arte, e encantamentos
como pinaúnas de pontas fustigantes,
entranhadamente fincadas
como vodu do mal de enlouquecer,
- irradia-se tecido vento, transado em cabelos;
vento e enlevadora fumaça em rituais macabros,
azoantes de fracos pontos psicológicos;
vento avassalador devastador em rajadas arremessadoras
abalroa juízos e Sistemas Nervosos Centrais;
vento quente como que soprado da boca de um dragão;
vento que agita e atormenta à meia cegueira com batuques contundentes
e vozes humanas em frenesi e balbúrdia;
vento que emaranha pensamentos adstringe ideias,
vacila caminhadas,
abala sonhos de sonhadores,
que pelos seus sonhos vão longe onde se inclinam;
e pela ação do vento se entorta , se enverga ,
se fica de quatro , se agacha , se rasteja , se luta
para não soçobrar além da linha do chão
ou às cinzas da cremação;
veladamente,
urdem homens uns aos outros tramas;
afundam seres em caos à tortura;
maldades com requinte de crueldade;
espectros abrem-se a visões
de inexplicáveis sobrenaturais...
A grandeza da vida
Trazemos o bem e o mal;
estupidez, insensatez;
mas também compaixão
e solidariedade.
Descobrimos remédios para viver;
para morrer inventamos armas.
Declaramos guerra;
fazemos acordo de paz.
Construímos, destruímos;
desmoronamo-nos em malfeitos,
mas também nos elevamos
em prodígios venturosos.
Desde remotos tempos estamos vindo
a buscar conforto e sobrevivência
- afinal quem quereria na caverna
ainda dormir no chão duro,
e viver exposto
às feras predadoras
que tínhamos de caçar para comer ?
E buscando o melhor, como grupos de semelhantes,
conflitamos com outros grupos de semelhantes,
de entendimento diverso do bem;
e somos naturezas díspares em conflitos.
Estamos ainda vindo sem a confraternização
universal, de ver-nos em cada outro:
a família humana.
Estamos ainda vindo
sem nos abraçar, sem nos dar as mãos,
sem nos abraçar as almas.
Mas resta ainda se somos
recém saídos da casca do ovo,
naturezas em evolução,
há esperanças de convergência futura
para a compreensão fraternal,
em que nos consideremos
consanguineamente,
da extraordinária família humana;
resta ainda se somos assim tão imaturos em relação
a seres bem mais adiantados, de outros planetas;
resta ainda se vivemos
um processo progressivo a alcançar
unidade em harmonia;
se reverteremos os danos
causados à natureza;
tomando-a como aliada e protetora;
nossa benfeitora.
Se assim já começamos;
se já temos em nós, se já fazemos em prol
da solidariedade integral;
pelo nosso bem
-apesar da rudeza reminiscente,
que ainda sacrifica vidas -
se o bem mais já se faz,
neste processo em avanço,
pelo ideal mais humano,
de busca da paz e do amor unânime,
vencida a guerra, a fome
em todo lugar;
só para viver a fruir da beleza,
da grandeza,
da vida.
Fenômenos
I
Num ponto qualquer
da infinitude do espaço
e do tempo
situa-se o planeta humano,
num ponto de luz e calor
regular e preciso;
e o mistério da sua natureza,
se criado ; se acontecido,
se estende até a questão mortal;
e o mistério de tudo
é também componente da beleza.
II
Superegos inflados;
até o pavio inflamados,
explodem desiludidos
em surtos críticos; consumidos
em desatinos drásticos,
na gana do desejo
do sonho entranhado...
( Na fossa , numa mal,
talvez venha providencial
uma imersão mental,
metafísica , cósmica , espacial
- ou ilusão qualquer a se insinuar;
porém se tem sempre que voltar
à normalidade possível do dia-a-dia;
recompor a tênue margem partida
entre fantasia e realidade )
E se pode ir lá em tal urdida trama,
conduzido para se atirar ao precipício
d’um conflito instaurado;
d’um drama desesperado;
d’uma agônica consumição.
Tenazes no sofrimento
de dores em carne e osso
encontram ainda um chão
onde fincar suas existências
de sentimentos dolentes
ressaltados das suas almas
III
Universos pessoais em expansão
se irmanam à compleição de tudo
em mistério...
Belezas, assim também...
Luzidio e desejo encravado
Luzidio e desejo encravado
vem da pós autodestruição;
da pós-aniquilação;
da pós-anulação,
emergente de queda depressão.
Se impera do poder
na sua vontade;
se erige na razão
no seu ofício ;
faz da sua necessidade,
sua obrigação,
prevalecendo seu gosto
sobre o desgosto,
lutando;
amando...
Luzidio e desejo encravado
vem de além do fim do mundo,
d'onde renasce
com o sorriso iluminado
do amor,
vivendo ainda o sonho,
em felicidade astral,
irradiando brilho,
exuberando bem estar...
O amor fez-se um Sol
em seu coração,
de renascente motivação,
de potente disposição,
afugentando trevas,
lhe situando
na sua brilhante constelação,
com sua chama a irradiar
no planeta energia luminar,
desde o carregado âmago de si,
a revelar-se um Novo Mundo.
Viagem de Valentim
Fugindo do tormento da Cidade Grande,
guerra e poluição,
encontrou Valentim o bem que na vida existe,
a Paz da Natureza.
Foi formidável, ar puro, águas cristalinas,
densas matas , deliciosas frutas,
céu límpido , alvíssimas nuvens,
sol irradiante, noites de brilhantes...
Pelas estradas,
com sonho e desejo,
amor e paixão,
o coração e o mundo...
Conjunturas de um coração
I
Coração sonhador,
que na intrépida incursão
pelo alcance do seu ideal,
acumula-se romântico
de densos sentimentos
em seu âmago sobrecarregado
e se transborda de vida,
tudo que lhe perpassa,
tudo que lhe transpassa,
valorando, significando,
pelos seus humores
e idiossincrasias,
o que acolhe , o que repulsa,
o que lhe vai bem,
o que lhe vai mal,
o que gosta , o que desgosta;
e assim, dele se vão aspectos e nuances
de uma arrebatada vivência,
redimensionada pelo encanto
de um mundo de sonho;
e pulsa assim o que se lhe há sedimentado,
o que se lhe há estranhado.
Coração dado inteiro aos sentidos;
coração de natureza
proeminentemente humana;
coração de alma a transparecer;
Coração que deseja.
II
Coração aventureiro,
vulnerável à perdição,
nos imprevistos desígnios deste mundo-cão.
Coração arrojado,
que como frágil barco se arrisca
no instável mar da vida
para conquistar sua ilha dourada
ou naufragar fatal.
Coração de abençoados dias de calmaria;
de contemplação de tão belas paisagens;
coração suscetível às sedutoras sereias,
que alimentam o desejo de navegar.
Coração de tempos assustadores,
de dias enegrecidos desde os horizontes
- que a natureza também se enfurece
em tempestades , maremotos , ondas gigantes,
e há de manter-se firme no leme,
alerta , desperto,
respirando fundo a maresia,
que mais lhe alenta,
até encontrar a luz do farol brilhante,
a terra firme definitiva,
a ventura do sonho,
em descanso e gozo.
A luz do farol há de sempre iluminar
na calmaria alcançada do seu cais
a incandescer o barco coração.
III
Coração obstinado,
de sonho turbinado,
segue além de seus reveses,
de suas quedas,
seus desenganos,
seus desencantos,
seus males seu tanto,
sua visão tenebrosa do mundo,
suas mais intensas insatisfações...
Coração que analisa;
que indaga;
que conjectura;
que pondera...
Coração insurgente;
de cobranças,
de reclamações...
Coração persistente;
de amor turbinado;
coração de amar;
coração que de tudo mais do amor,
vai à fonte do amor...
Coração da visão paradisíaca do mundo.
Coração que refaz o sonho
no eterno amor.
IV
Coração misterioso;
de paixão desconhecida,
abrigo de desafios,
motor de conexas ações,
propulsão da coragem.
Coração companheiro das aventuras,
protagonista de histórias,
arquivo de lembranças,
depositário de sentimentos,
continente de emoções,
estância de sensações,
reduto de subjetividades,
vivenda de segredos...
Coração que contempla mundos sombrios
que pulsam em desespero
numa fossa de mágoas
fervilhando de ódio
num luto de si,
na consciência de um mal adquirido
num recanto de angústia e agonia
numa seara de flores fúnebres...
V
Coração bussolar,
apontando o Norte do amor,
onde se tem chegado,
no sol que dissipa as sombras;
Coração que abriga paixão,
e que a emana luminosa,
vibrando de exaltação e júbilo.
Coração medida do ser
que nele se radica,
universal como a vida.
Coração atrelado ao Sol,
com ele dorme;
com ele acorda...
Coração dos mil e tantos motivos
para a diligente boa vontade
de descortinar o Sol mais reluzente,
que não morre jamais...
Coração da desmedida ambição
de conquistar o mundo,
irradiando luz astral
desde a Pedra Filosofal.
Queda e ascensão
De um esbarrão, um escorregão, uma queda,
há de se levantar e prosseguir a caminhar;
retomar a reta, manter a meta;
ser fiel no sentimento,
lúcido no pensamento.
Assim é que vai dar certo;
cada vez mais esperto,
com otimismo e alegria,
sem medo de errar outra vez.
Há de vencer o desânimo e prosseguir;
ter sempre uma razão para não desistir;
para mais querer
e também para se valer;
se encontrar num natural prazer,
no próprio amor.
Há de tomar atitude sem perda de tempo;
evitar o que for gerar mais contratempo...
Enfrentar o que for
e não repetir erros,
noutra roubada
ou num buraco sem fim,
qualquer armação de irremediável se enredar,
que potencializa a necessidade de lutar...
Há de ser mais destemido;
se fazer mais compreendido.
Com tropeços também se aprende
a enfrentar situações ruins,
e a experiência é quem conta
histórias com mensagens de sabedoria,
que orientam perdidas almas;
que entusiasmam espíritos inclinados.
A derrota redobra a gana de vitória;
eliminando vícios se constrói virtudes;
e quem não cai não levanta
quem não canta não espanta.
Voando longe
Sá Menina se pergunta por Izaltino,
e pensa curiosa do que feito lhe é.
Bem sei eu de Izaltino,
que lhe tenho visto muito ultimamente
e desde seus primórdios neste mundo
desencontrado...
pois Izaltino é vivo e está sabendo;
no jogo da morte perdeu a inocência.
Izaltino conserva seu sorriso,
mas tem também o que chorar;
não chora como um infeliz sem paz
mas tem lá suas dores,
de sacanagens do mundo.
Izaltino, vencendo a loucura,
redobrou sua lucidez;
Izaltino tem lá um seu tesouro,
que encontrou pelo mapa do seu destino,
se aventurando sem nada,
Pobretão da Silva no mundo.
Seu lar é iluminado , proteteor
- morada de bloco forte e reboco reforçado -
solevado
que é de morador de rua,
com seus sacizeiros e tantos mais...
Izaltino não foi dono do seu
quando bêbado na balada,
mas segue curtindo o Cuoco,
e também se amarra num ‘capim novo’,
como o ‘cavalo velho’ do Gonzaga.
Do seu viver pelo amor,
de suas sementes lançadas,
se geraram brotos
que floram formosos e belos.
Izaltino vive uma vida positiva,
natural, na moral;
sem drogas lícitas ou ilícitas,
nem mais jogo...
Vai praticando seu esporte,
nem gordo nem magro,
vai tentando se manter em forma...
Izaltino não vive coçando,
mas é um tremendo de um trabalhador;
não mais aquele vagabundo sonhador...
Izaltino não se aquietou no seu tanto querer;
andou pra Dedéu - e ainda anda -
como formiga que queria voar,
criando asas...
E voa longe com as suas artes;
faz isso e aquilo e aquilo outro;
aprontando umas e outras,
transa umas...
Izaltino é muito viajado;
plantado na sua cidade,
Izaltino aparece pra todo mundo ver;
quem não o conhece ,
quem não o conheceu,
o deverá conhecer,
ou se não quiser ,
ou se morrer...
Izaltino não se fez
um porco condenado,
mas gato do mato...
Quase boca de se foder...
Resolução
Jorge deixou de beber e de fumar;
de usar as drogas ilícitas também.
Tornou-se um rapaz lícito.
Assim quis viver;
assim passou a ser.
Tem sido forte
na força de vontade,
e superado efeitos colaterais
da radical abstinência;
controla o apetite;
faz muita malhação.
Se manifesta em alguma irritabilidade,
mas cuida pela serenidade.
Nesta firme atitude,
buscou novo prazer;
algo que lhe é saudável,
e faz-lhe mais responsável.
Comprovou tédio, vazio,
solidão, depressão...
resistiu com paciência,
não se cedendo à dependência.
Passou a evitar certos ambientes,
também certas companhias;
buscou recursos da medicina
contra o vício que assassina.
Faz sua vida melhor,
com bem mais qualidade
pegou-se ao seu bom ideal,
que lhe ajuda a vencer o mal.
Vê instigações publicitárias,
consumidores em toda parte,
mas o forte poder da tentação
não lhe vence ainda sua resolução.
Até o fim
Augusto do Amor Divino , resistido ,
conta enfim sua história
narrador protagonista em sua versão
de passagens incríveis
- pois no que foi à luta,
tanto acumulou em si;
superou dificuldades;
tanto enfrentou - segundo conta,
pedras puseram em seu caminho;
obstáculos intransponíveis;
mas com vontade inabalável,
resistiu no seu objetivo.
Tantos contra ele se impuseram,
para impedir-lhe que viesse a ser,
mas demonstrou ter grande poder,
e firmou-se alguém de valor.
Por fim conquistou o mundo;
tornou-se grande como o planeta;
de reconhecida inteligência,
muito acima da média geral.
Ainda hoje lhe tentam difamar,
predicando-lhe coisas absurdas;
mas o que transparece em sua grandeza,
faz a todos verem que são mentiras.
Ele segue incansável na sua lida.
Conta com uma saúde de ferro;
e o que faz são coisas de importância;
ajuda; faz o mundo menos desentendido.
Ele é mesmo muito disciplinado,
e não para nunca de trabalhar;
até o fim ele persiste a seguir,
sendo um benfeitor deste mundo.
De tanta experiência ruim vivida,
tirou lições; tornaram-se aprendizados
que servem para indicar caminhos;
para quem puder captar
para não cair n’uns buracos,
ou n’um buraco , mais especificamente.
Ele transmite assim muita segurança,
em coisas que são na vida delicadas;
tantos o seguem com plena admiração;
sentem-se gratos pela sua existência...
Para sempre será lembrado,
como uma luz que nunca se apaga;
pois o bem que construiu para o mundo
servirá à humanidade por tempos afora...
Vivendo um sonho
Graciliano era um guerreiro valoroso;
com centenas de soldados fiéis,
com centenas de cavalos alados,
voando pelos céus sem fim.
Havia deixado tudo,
terra, mulher e emprego,
para desbravar terras além fronteiras;
conquistar impérios em outras paragens;
castelos e fortalezas;
oásis e beiras de mar;
ilhas campos e cascatas,
vencendo monstros
e terríveis inimigos.
E prosseguia assim mais e mais,
até que despertou do sono
para a vida real
para tudo que houvera
no sonho deixado:
terra, mulher e emprego.
Mas lhe acentuou o sonho
o seu desejo de se ir...
- como era real o sonho !
E por razões do coração
que desconhece a razão,
Graciliano deixou tudo:
terra, mulher e emprego,
e partiu mundo afora
para as conquistas sonhadas.
Traquejado Zeferino
Traquejado Zeferino ,
o tempo já o fez velho,
como faz a tudo e a todos.
E mesmo o que é novo
faz o tempo ficar velho também,
como os sonhos e os desejos
de todos os corações.
Zeferino vivia o encantamento juvenil
quando de repente um beijo o traiu;
Zeferino conheceu a sarjeta da madrugada,
na companhia dos cães sem dono;
Zeferino conheceu dor de amor e sua loucura;
e toda tristeza causada pela maldade;
foi tão torturado
que a boca ficou vermelha.
Se Zeferino tem estrela que lhe caiu do céu;
se seus olhos descortinam outros mundos;
se faz contatos imediatos;
se pratica telepatia;
se Jesus lhe sorri em pessoa,
ninguém se importa,
se Zeferino é um louco...
Conselhos da mamãe
Mamãe me dá conselhos
que guardo aqui comigo;
orientado sigo
nos conselhos da mamãe.
Diz-me pra ser sempre bom;
sempre bem-comportado;
não errar para não ser castigado, condenado...
E se eu errar que me desculpe, devidamente...
Diz-me para não fazer
a ninguém o mal;
mesmo a um animal,
não o fazer sem motivo.
Diz-me para respeitar as pessoas;
para respeitar também suas crenças;
para ser compreensivo...
Diz-me para não andar em más companhias;
para evitar pessoas deseducadas,
grosseiras e violentas.
Diz-me para procurar
viver com a consciência limpa;
fazer o bem...
Diz-me para cuidar bem da saúde;
querer sempre boas coisas,
e lutar pelos meus sonhos...
Mamãe me dá conselhos
que guardo aqui comigo;
orientado sigo
nos conselhos da mamãe.
Graça e razão
Jesuíno é por demais impetuoso ;
do espaço cósmico
vem seu poder e força
para fazer a sua vontade.
Essa graça é a razão do seu ser ;
do seu entendimento da realidade,
traduzido em palavras o quanto exequível,
em seu trabalho de arte pela sua explanação
na sua condição de viver pra lá de sobreviver...
Sua compreensão
se completa com o Amor;
do Amor também vem,
do Amor, que lhe veio
pelo seu amor em si...
O vir e ir da vida
A vida vem em festa
num dia ou numa noite
de qualquer dia,
fluindo seus aspectos
de infernos e maravilhas,
de sonhos bons e pesadelos,
sorrindo suas alegrias,
chorando seus sofrimentos,
no encalço da felicidade.
No dia ou na noite
de qualquer dia
vem a vida para pensar,
acumular suas marcas,
suas impressões,
nas labutas e prazeres...
Num dia ou numa noite
de qualquer dia
a vida vem;
vem d’um mistério
o motor vital
a pulsar carnal
no ser a existir,
vivendo o tanto
quanto longe for
através dos anos...
Num dia ou numa noite
de qualquer dia,
vai a vida enfim,
tocando almas,
inundando olhos;
sua matéria entregue
à ação telúrica ou ígnea,
ou a qualquer outro processo
que lhe consuma
a transformação
que a decompõe
totalmente
em transformação.
E o que é , é ,
se para além dessas fronteiras
ainda nos conservamos,
nas possibilidades metafísicas
ainda se conservam
pensamentos , memórias , lembranças,
em que n’outra se segue...
Fixação
Era um tempo de sonho e encanto,
tinha Querêncio por Marina
fixação obsessiva,
de convalescer em crise,
a se automedicar
por expedientes ameaçadores
de efeitos colaterais
possivelmente nefastos,
de dependência incurável
e inventou sua própria terapia
de tratamento da psique tresloucada
ante à recusa do desengano.
E se havia transportado
para um seu mundo,
tão incógnito quanto enigmático,
tão longe em si,
num oculto ignorado recôndito .
E lhe veio natural, cósmico-espacial,
providencial,
o antídoto do veneno - que louco sorvera -
para restaurar-lhe no bem,
a conferir-lhe força física e mental;
de ensejar leve caminhar
e encaminhar-lhe à Graça,
pela qual se submete o algum mal.
E agora medita na ioga,
qual orientalizado ocidental,
transportado à iluminação do seu mundo;
revela-se irradiador
desde um recanto profundo de si,
independente , sem mais aquela sujeição;
alado em humanas artes;
práticas , poéticas , musicais ;
fascinantes pinturas
de conjunções com aspectos seus
destarte vivenciados
e que enriquecem mais seus pensamentos,
pois agora se cultiva fixado na Luz,
destilando clarões em seus voos.
Luz intensa
Perpétuo pirou legal;
foi um escândalo;
uma loucura ...
Dizem que é coisa que acontece;
dizem que foi amor;
dizem que foram livros;
dizem que foram drogas;
dizem que foram más companhias;
dizem até que foi feitiço;
aquela coisa toda...
Só bem sabia do que sentia;
o que via; o que ouvia.
Se contassem, não acreditariam...
Pensava até em suicídio.
Sua família acionou a psiquiatria;
a psiquiatra acionou o hospício;
no hospício conheceu outros loucos;
outros mundos...
E sob efeito dos medicamentos,
ficava horas parado a contemplar...
E então lhe invadia a beleza da vida lá fora;
e lhe dava sentimentos de amor;
e lhe vinha o desejo;
o desejo de escrever sua história,
falando da beleza da vida,
e que convencesse a todos;
e que todos entendessem
a beleza da vida...
Perpétuo conseguiu fugir
do hospício que o encerrava
e pegou caminho para bem longe...
E lá longe lhe apareceu uma luz intensa;
e após isso se viu seu velho ser,
não mais no emaranhado
em que se havia embaraçado...
Pereceu ter despertado de um pesadelo;
e aquele tempo ruim se fez tão longe
em sua mente;
qual tivesse sido em outra vivência,
ou fora de si;
e percebeu que esta experiência
é comum a outros tantos
pois também aos seus modos
falavam-lhe desta “ Luz Intensa”.
Perpétuo sentiu falta
do céu da sua cidade;
a cidade dos primeiros passos;
das mais remotas lembranças...
Os seus o acolheram ;
viam seus olhos como eram antes:
serenos e bons;
e tinha uma paz...
Não viam mais sofrimento em seu semblante;
mas até um sorriso feliz;
e como estava bonzinho,
junto à natureza,
da qual agora pacificamente contemplava a beleza;
seus olhos saiam voando por toda ela...
Passou a viver seus melhores dias,
cultivando seus melhores sentimentos...
Dias que não conheceria
se se tivesse imposto o fim...
Agora deixa que a morte venha aprazível...
E venha lá bem longínqua !
E quando contempla,
lembra daqueles dias de internamento,
e do livro que pensava escrever...
Mas a sua história não é fácil de contar,
e a beleza da natureza fala por si só...
Mas está certo de que o que passara
o fez viver um fundo aprendizado
- a Luz Intensa e tudo o mais -
o qual começaria até
a servir para algum fim...
A maçã do meu desejo
Das minhas vivências neste mundo presente,
o que se fez em mim mais marcante, determinante,
após a violenta experiência d’uma fissura -
d’um impulso violento, extremado; tomado por afeição -
foi quando mergulhei na maçã do meu desejo.
Cedido ao impulso da sua atração,
fiz-me corpo , mente, alma e coração
entregues a um sonho de dar lá na paixão.
Esbaldei-me em delícias de prazeres:
amizades, amor, curtições ...
( Mas bem conservando ainda em mim
os raios iluminados do Amor Luz incididos. )
Então veio turbulência de rajada avassalante,
fazendo-me a vida um emaranhado;
do meu lugar, um desterrado;
pra tão longe arremessado...
E me virava num mar de rosas e espinhos,
entre estranhos aromas e assomadas agruras...
Pudesse, e do planeta me arrancava;
d’um labirinto voava;
do seu Minotauro bem escapava...
E eram nuvens tornadas visagens...
personificações cabulosas , assustadoras,
interagindo, invadindo...
Eu me houvera iniciado com crueza,
em ocultos mecanismos da natureza,
até desvendar dela o Amor,
senda de novo mundo,
portal dum mais pleno viver,
fresta celeste paradisíaca,
d’onde toda a luz se investe,
fazendo mais vívido tudo em torno,
e o tempo uma plena planície
de horizonte distante e cintilado,
nos tons pelos sóis magistralmente pintados,
do dourado ao escarlate e laranja reluzentes
nos seus nascentes e poentes,
onde assim são nuvens lá realçadas com candura,
insinuando abstratas pinturas,
que daqui contemplo, retornado
deste mergulho dado, naquele ensejo ,
na maçã do meu desejo.
Novo impulso
Antes era simplesmente viver,
até morder a isca do desejo,
pelo bem que o fez vislumbrar;
e após tanto se debater
– com toda revolta que traz,
entre momentos de euforia -
preso à linha pelo anzol,
para continuar em serenidade,
na tranquilidade do grande lago
da sua existência,
sente-se mais uma vez
fortemente abatido
pelas lidas nesse mundo;
num marasmo profundo;
sem forças na vontade até
de reiniciar nova trilha
no sentido de vir a ser,
o que tornou-se ideia fixa,
de forma irreversível
dentro em sua mente,
acabou dando com a desilusão
numa nova viela...
Mas a vida segue,
e desde que outro jeito
não há de modo algum,
respirou fundo,
o mais fundo,
a nova força buscar,
e n’um novo impulso deu meia volta
acumulado de mais saberes
e de segredos misteriosos desvendados
e se lançou de novo,
em caminho novo
e o mesmo sentido de veneração.
N’um recôndito de si
Vital tem n’um recôndito de si
um algo de rude, bruto, ignorante...
Se irrompe de repente em seus momentos,
e xinga, e agride,
às vezes até por motivo fútil,
ou por um mal-entendido.
Vital diz que esse algo,
rude, bruto, ignorante,
vem de tempos imemoriais,
ancestrais, pre-civilizatórios;
e que é ainda agravado
por uma educação deficiente;
convivência problemática;
carência de bem estar,
que propiciam plenas condições
para tais manifestações.
É, Vital mesmo reconhece,
e ainda fala em leis da física,
reações incontidas
a ações tais e quais:
quem recebe uma pedrada,
logo a devolve com bem mais força,
e assim vai batendo;
e assim vai apanhando,
e acumulando mais traumas,
que se vão tornando mais intenso
o algo rude em seu recôndito ,
e mais se vai embrutecendo Vital.
As reações a ações tais
vão gerando atitudes quais
por motivos tais e quais.
São rompantes incontidos
que vêm do seu recôndito,
agravado por propícias circunstâncias.
Quisera Vital poder neutralizá-los,
mas as circunstâncias não favorecem.
Tem quem pareça a encarnação
da mais meiga polidez.
Pois Vital também tem
um algo de doce,
amável e carinhoso,
em gestos e palavras;
inofensivo como um palhaço às crianças,
mas para Vital é garantido
que mesmo o padre mais fiel
tem a tal susceptibilidade;
a explodir em rudeza,
da brutalidade, da ignorância;
e tem ação agressora de tal poder
de fazer chegar como faísca
a este recôndito de si, pólvora seca...
Que está em todos,
Vital não duvida;
numa situação extrema,
inflamado os instintos mais primitivos
se manifesta consequentemente...
Claro que Vital adora as carícias;
desde aquelas primeiras,
maternas, paternas,
às carícias dos amores.
Sabe bem o bem que faz.
Claro que Vital aprecia bons sentimentos,
mais ainda se pelo amor gerados;
são serenos e inspiradores;
sabe bem o bom que é...
Mas não se fazem perenes
esses momentos de compreensão,
de entendimento, de respeito, de amor...
E o algo no recôndito está pulsando lá...
Compreensão
Florentino sofreu por amor um bocado;
se lhe tornou a vida um padecer;
de paz perdida,
de desesperança,
de acenos da infelicidade,
de mundo desabado...
Foi engano pensar que era já seu bem,
a felicidade...
Foi desilusão.
Quando se prenunciou,
bateu um sentimento inesquecível,
de lá mesmo do coração
- que se tornou chama de amor -
lhe tomando todos os sentidos;
fazendo-lhe sentir-se o afortunado,
o na vida bem aventurado...
Lhe sobreviria o desatino,
a expandir sua cegueira;
se lhe sucederia um desencanto;
se lhe instauraria a escuridão.
Lhe chegaria seu tempo infernal,
lhe devastaria a degradação,
a decair-se mais e mais;
piorando mais e mais...
E eram como garras de feras em si cravadas;
presas, ferrões de venenos;
a sua experiência transposta,
d’um lado tão mau do mundo
empanava o encanto
pelo angelical da vida;
e tornou-se em seara de espinhos,
o mar de rosas e prazeres
que lhe fazia em contentamento.
Sofreu por amor um bocado;
tornou-se a vida um padecer.
Seguia no deixa estar
- que em todo canto
é mesmo assim ;
que vivesse em conformação,
sem de nada reclamar então,
mas seguindo naturalmente
em suas aspirações...
Foi tanto sofrer;
foi sofrer demais;
de levá-lo compreender
tanto mais e mais...
Explosão
De Saturnino tanta droga,
a curtir as altas sensações,
dos sensibilizados sentidos,
a propiciar viagens astrais
no seu paraíso intocável,
da vida boa, de alegrias
- pois camuflando um trauma,
que dilatava-se mais e mais,
pois eram as drogas
como algo a empanar
o que se há de potencialmente mal em si
a desenvolver-se ; a se evoluir para o nefasto,
e isso lhe era a contento,
na veleidade de fazer vista grossa
quanto aos efeitos anunciados e difundidos;
como que para passar ao largo
sem qualquer má consequência
no termo da sua problemática complexidade
do trauma em dilatação
em seu interior
- só cogitava o brilho estelar;
o resultado positivo disso,
que a sorte não lhe negaria;
pensava como um jogador;
e ademais tinha um alguém que lhe passava
na vida como um tornado,
e lhe abalou a razão,
remetendo-lhe à escuridão.
Desse trauma incipiente ,
o qual então dissimulado
mas não nulificado
subsistindo ali em dilatação
não seria refreado ou neutralizado,
e num salto intentado, explodiu,
transbordou, o tomou;
o arrasou e o seu mundo;
transformando o bom que via.
Agora era só desgosto,
desamor,
infernação
, problemática;
desvalor
em seu ser decaído.
O amor dos seus tenta,
e até aos Céus clama,
que é caso de vida ou morte;
é caso de morto-vivo...
Porque também se levantam;
se reconstroem;
até voam...
O Amor Maior
Juventino viveu um amor intenso
como nunca dantes.
Foi esse seu amor
como algo que vicia;
tão bom ia sendo,
mas depois já não mais...
Mas ainda assim se viu apegado,
mesmo sem mais o prazer,
mas a compulsão angustiante
fazendo-se um mal em si.
E difícil como deixar um vício
era também esquecer esse amor.
tão mais forte
do que sua força de vontade.
E pra livrar-se tentaria
Toda possível solução:
radical religião, esporte de dedicação
qualquer arte a que se fizesse em amarração.
Encheu seu mundo de estudo e trabalho,
mergulhado no ideal que em si se derivou.
E foi fundo até se reencontrar n’outro chão,
E assim logrou poder pensar naquele amor
sem lhe acompanhar alguma dor;
só lhe lembrava do bom de amar c
ompleta e totalmente,
lhe fazendo ciente
do seu natural de amar
e persistir nesta razão
e terminou por envolver-se com O Amor Maior
e surpreendentemente verdadeiro,
que lhe conquistou um dia,
e com o qual vive em constância ,
não lhe sendo esse Amor como um vício,
mas saudável mania.
Médico espiritual
Vi um ser em alvoroço,
com o raciocínio tumultuado,
os sentimentos perturbados,
agindo de forma desconexa.
Não sei o que havia em si,
ou o que lhe deu forte...
Dizem que era sonho
tornado em pesadelo;
amor tornado em desilusão;
festa tornada em guerra;
alegrias tornadas em aflições;
tempo bom tornado em ruim;
brisa tornada em vendaval;
beleza tornada em fealdade,
e o choque com a nova realidade
- já a realidade de sua vida -
o foi inflamando
até explodir um grande trauma...
Vi um ser aprontando mil;
agressivo a defender-se
ou escondendo-se de perigos
- perigos até mesmo imaginários -
numa prostração depressiva,
numa agonia angustiante.
Eu ?!
Eu não vou deixar de lado
as coisas da rotina comum;
não vou jogar-me ao marasmo.
Quero agir com nexo;
me importarei com tudo,
ajustando meu mundo
à vida, à vida do meu mundo.
Não me isolarei.
Preservarei a minha identidade,
sendo um entre tantos
- e que são mais a cada dia -
sabendo por onde seguir
pelo Norte do coração.
Vou ligar pra quem me ama,
e vou até o fim ligado;
sem mais comprimidos,
sem mais rituais;
sem mais oficinas, grupos ou terapias ...
Quero mais a água cristalina,
que mata a sede das delícias;
o pão de preciso sabor,
e as melhores companhias...
Não quero mente corrompida,
nem seguir num fluxo de desordem.
Vou sair pelo planeta,
e mesmo que esteja tão cansado,
encontrar quem tenho a esperar,
e que faz-me o mais íntegro.
Vi um ser desconexo,
que pra ele só, talvez,
um médico espiritual
de mal universal.
Proteção
Explosão de coração,
desabamento de ideias,
inundação de emoções,
transbordamento de dor,
sentimento em furacão,
mundo adentro em redemoinho;
violenta tempestade
se fez com a ventania,
se fazendo a enxurrada
levando tudo pela frente.
E era um medo presente e tanto
naquele corpo
inserido num tal mundo no mundo...
Mas construía sem saber
em seu introspectivo ser,
no que perseguia a verdade a seguir,
teto intransponível,
paredes de pedra,
profundas fundações,
portas , janelas gradeadas
de aço o mais resistente.
Protegia assim seu coração,
casa do seu amor;
e então assim não se fez
afogado, esmagado, soterrado...
Degraus errados
Tolentino, vivendo,
vinha errante desde há muito;
vivências tempestuosas, embaladas loucas
- começara a subir degraus errados,
crendo que ia ao
patamar dos sonhos...
Tolentino nesta onda mergulhou fundo;
álcool, fumo, pó, pedra e mais
- são inflamáveis, dão combustão;
vem uma faísca, dá explosão...
Mas como insinuam-se felizes as luzes,
apesar de tudo que emitem em seus focos
seu sonho então cresceria intenso
inexorável
iam fazendo-se apoucadas
essas amarras ruinosas em sua vivência
E a oposição, tirando seu partido,
fomentava sua derrota;
sendo alvo móvel na massa útil,
ia se fazendo mais um bode expiatório.
Se virou pra se sair de problema
- nesse campo minado, cada passo
tinha que ser bem pensado -
passou seus sonos induzidos,
suas terapias de acomodação ,
cultuando seu singelos sentimentos
sob pesadas condições;
indignava-se vendo seu amor
sob o peso de toda pressão;
mas tomava tudo um acidente de percurso...
Dando um tempo,
repensou, repensou-se,
assimilou, assimilou-se,
entendeu, entendeu-se;
conciliou-se... desencucou-se
desatrapalhou-se
readaptou-se;
reciclou-se,
recompôs-se ,
e administra-se,
desde capital tenência tomada,
em acertada atitude...
Não esperava santo milagre
mas fazia por onde , indo até o fim ;
imaginando alternativas;
resistindo, insistindo
no seu sonho tanto,
engatando plano B, plano C ;
plano Z que viesse a ser ;
querendo ainda e sempre mais;
tentando mais.
Tanta experiência
se fez então em suficiência
para ser um novo,
para ser completo,
sem desfaçatez ;
pra recomeçar de vez,
que o tempo é um só.
Subsistindo no ideal
para inserir a verdade
em tantos tons da sua fala
no seu ofício, sendo duro
nesta queda.
Existe alguém
Eugênio apenas
não se vê imiscuído
num desencontrado abarcamento,
como se tivesse indo
à plena realização dos seus desejos;
que a sua natureza
não assentirá com o que se projeta ali
como concreto esquema.
- Vejo já a confusão !
vejo já seu sofrimento....
E assim, quando o tempo fechar,
- que vai ventar, vai trovejar ,
e haverá de não se segurar -
vai se retar, vai estourar;
e vai ficar com aquela cara de palhaço,
e toda aquela mangação d'uma plateia,
da qual só pensará em se vingar,
chamando a todos de otários.
E o seu amor terá se ido;
seus amigos se terão sumido.
Paz, nem em casa,
que já não é um lar,
que a guerra dá na cabeça,
e não se contém em nenhum lugar.
Se vai encarar o mundo,
metendo o pé decidido,
que no que tem de possibilidades
de conquistas de sonhos tantos,
tem também de porradas e humilhações,
no mínimo,
que pode bem levar a autoestima
para abaixo do chão,
difícil será não se embriagar,
não se aloprar,
não se apegar a prazeres nocivos.
Também tudo dependerá
do que leva em seu coração
que lhe possa valer de recurso, enfim...
Mas existe alguém,
ideal forte de amor,
a quem se pode chegar,
e então a si em paz retornar
salvo, na moral,
destacando-se no céu,
elevado e admirado
com um sorriso de paz.
Definitivo recomeço
Sobre Franco, o destempero do descontrole causou-lhe inevitáveis acontecidos;
se calou na aceitação de que é tudo da vida;
compreendeu que seus pontos fracos o induziram a erros e loucuras;
mas as verdades que então descobriu são aprendizados em si radicados e preciosos;
atinou que há palavras mágicas que mudam o mundo, muda tudo;
percebeu que são da convivência, as intrigas, que são dos embates das ambições;
mas que o com as armas e atitudes certa bem em si vence o mal em si um dia
e criar beleza é tão nobre quanto não fomentar hediondez ;
que chorar foi triste ; chorar foi bom, que o leite se derramou, mas o mundo não acabou;
melhor foi tudo poder contornar e voltar para as dívidas e promessas;
começar do definitivo recomeço, indo ainda firme no seu fim
Reação explosiva
Potente,
Geraldo Vale,
no batente,
de si ciente,
regente,
diariamente,
mantém
seu ideal
até as últimas consequências,
destemidamente,
que nem vício,
nem merda nenhuma
se fará obstáculo
que se o emperre.
Até conforma-se
de já não ter seu amor;
até resigna-se de nada ter,
mas não se tolherá
em seus sentimentos;
nem ficará indiferente
às sacanagens do mundo;
nem desprezará
os sonhos sonhados.
Nada de ficar sem fazer nada,
mas fazer uso de tudo
que disso absorveu,
da desilusão dos seus desejos;
das frustrações das irrealizações;
do que sabe, do que vive e sente.
Miséria e sonho
deram em si uma reação explosiva.
Só coração
Pobre Olímpio,
quase calamidade
é sua demência;
quase inconsequência,
sua insanidade...
Até que,
saído de sufoco,
possa se explicar
para se fazer entender,
seu ser, alguém
que perdeu a razão;
que é só coração...
Substrato de força
Fortunato vive fascinado:
surpreendentemente,
d’um colossal engano,
vem-lhe magnífico aprendizado,
por substancial fenômeno,
substrato de força;
descoberta inimaginável,
a fazer-lhe a vida mais tamanha,
mais tanta,
mais mais...
Substancial essência,
elemento tal,
lhe atenuaria providente,
de mais nefastas consequências,
agravantes do descontrole,
via loucura,
agente do colossal engano,
o ato cavalar,
estupidamente pensado...
Substancial elemento
enseja vislumbrar
a real possibilidade
do custoso desejo,
conquistas d’uns gigantes;
a realidade plena do sonho,
a objetivação do subjetivo,
o entendimento do desentendido;
a contraposição do ato cavalar,
estupidamente pensado...
Substancial substância,
substrato de força
que faculta o desejo
ser possível, realizado;
evento sequencial
do ato cavalar,
do engano colossal
via loucura, vem-lhe
substrato de força
surpreendentemente.
Raios de luzes
Planetas emitem raios de luzes musicais;
intermitentes expressões
pelas quais seus mundos expõem,
nesse universo de astros...
São manifestadas emoções
em palavras eloquentes,
apoiadas em cordas ,
sopros , batidas , fricções
dos instrumentos vários , ressonantes,
em notas que entre silêncios em átimos
se concordam em sons coesamente conectados,
vibrando nas hastes do próprio temperamento,
nas síncopes do próprio ritmo,
performanceada em estética artística;
seu estilo de alvoroço em harmonia.
Luzes estelares
de planetas como trens,
explodindo de gente,
carregados de bagagem;
planetas como peixes do seu mar
nadando resolutos
em águas ora tranquilas ,
ora agitadas...
E se extasiam nas suas lidas;
e entusiasmam , encantam e fazem delirar;
e mexem com os desejos e instigam.
e enfeitiçam e deixam numas...
Luzes planetárias musicais
invadem mentes , almas , corações;
a voz trazida desde a essência de si;
de sentimentos assentes
e incríveis histórias protagonizadas;
aspectos da vivência de sua vida;
histórias dos que amam e assim sofrem
nos seus envolvimentos de extremos ;
a história do grande amor
e do amor maior que pintou,
a paixão, enfim ;
de beijos tornados em saudade sem fim;
uma tal d’uma dor pungente;
a tristeza encontrada na procura da felicidade;
e a alegria encontrada no cerne do sofrimento,
e que o faz todo inspirado;
pra lá do imaginado...
Luzes sentimentais romantizadas planetárias
contam sobre ventanias,
confinamentos e torturas;
intempéries , espinhos;
estranhas esquisitices,
gafes e equívocos,
colheitas malditas,
cenas de imagens alucinantes;
a viagem que prossegue
em longas estradas caminhadas,
na direção do sonho , do desejo;
vida tornada em pesadelo;
consequências disso ou daquilo;
o círculo vicioso dos vícios,
na obsessão do ser idealizado,
até enfim tornado ali
d’onde se irradia sua luz
essas coisas tantas;
males vindos pra bem;
bens vindos pra males;
males vindos pra males;
males vindos pra pior;
e o bem que veio pra bem;
pra saber o joio do trigo separar;
Luzes estelares musicais
às vezes estala como chicote;
como se intentasse castigar
agentes das adversidades,
respondendo às burlas da vida
nas suas versões próprias
dos acontecidos , e razões em desafogo...
Luzes estelares planetárias musicais
emitem na Terra suas tantas cores
em seus tantos tons , assim...
O guerreiro
O guerreiro quando chega
traz a palavra como uma lança,
qual certeira flecha de um índio,
concisa , incisa , pontiaguda,
que arremessa contra a mentira e a maldade,
que faz tão feio o mundo
e que lhe toca o coração
no seu sentimento sensível,
despertando sua paixão,
sacramentando a missão
de mudar o mundo.
Inspirado por vida,
defende o seu amor
que orienta o seu viver
e pelo qual dá sangue e suor,
defendendo o amor de quem tem;
a tantos conquista;
congrega toda uma nação
em torno do ideal por que luta.
Tem filosofia
com conhecimento de causa,
pelo que viveu e sofreu
das aberrações do mundo;
Tem mensagens de lições a saber,
por tais histórias vivenciadas,
que indicam caminhos e ações.
É exemplo de referencial
para outros guerreiros
de outras causas nobres,
desvendando uma realidade;
trazendo à tona a guerra velada
sob a aparente tranquilidade,
que mantém sob controle
toda uma injustiça social.
Tem forte consciência,
personalidade e caráter,
princípio de justiça,
determinação e atitude,
coragem e valentia,
seriedade e alegria,
encanto e virtude,
sensibilidade e equilíbrio;
Tem fé e respeito às entidades sagradas,
seja Jeová, Krishna , Buda , Alá, Olorum , Tupã
Jesus , Lord , Lama , Kardec , Pajé,
Orixás , Duendes, Fadas, Anjo da Guarda;
aos mistérios e influência dos astros
e a tudo que seja pelo bem da humanidade;
E assim de toda a forma está bem sintonizado
com as vibrações positivas do Cosmos;
e assim, na lida enfrenta e vence adversidades;
com espírito decidido, não foge à luta nunca,
enfrentando raios, trovões, tempestades,
procelas, terremotos, Vulcões...
Tem uma estrela
que qual super-nova,
explode no céu;
brilha, resplandece, reluz, ilumina...
Depreendendo belezas
Josefino depreende belezas,
como brilhantes pedras lapidadas
a partir das brutas colhidas
no seu trecho de aventura rebelde.
Da virtuose instrumental desenvolvida
no seu aperfeiçoado dom musical,
redimensionado no seu talento natural,
no seu canto, toca que encanta.
Moderno e antenado
arauto de um novo contexto universal,
antes recôndito,
emite insights gerais,
enunciados às bordas da perfeição
nas cognições do joio e do trigo,
traz aplicado os produtos das suas alquimias,
do seu laboratório qual espacial,
onde trabalha fechado , isolado,
distante do convencional do mundo dos homens,
manuseando ingredientes da vida,
aplicando a massa , aplicando o quântico,
destilando, medindo , misturando,
equilibrando, condensando, coagulando
pesando, experimentando, buscando
a qualidade possível, no controle do fogo,
da luz ultravioleta , do laser e a pedra filosofal
alcançando intentos,
anotando em fórmulas científicas,
soluções terapêuticas, bálsamos, comprimidos
lenitivos para dores, elixires mágicos,
extraídos e constatados a eficácia
após exaustivas repetições de respostas,
conferindo cientificidade,
eureca ao mundo,
revelando o que até então desconhecido...
Como o artista no seu estúdio,
Josefino se configura evidente
no seu resplandecente céu,
como ave, anjo, estrela;
fomentou seu desejo a todo custo,
porém foi pela intuição
que alcançou o sucesso do seu voo,
nas asas da sua quimera.
E das alturas alcançadas do seu voo
esboçando visão de satélite sobre a Terra,
verifica e ratifica o quanto somos
iguais aqui em baixo,
e que não há fronteiras naturais entre nós...
E projeta nas mentes imagens exuberantes ,
como pintor de cores vibrantes
a retratar a natureza do paraíso.
Josefino exala felicidade,
extasiando corações,
fala com graça do bem
e com esperança do ruim.
Suas asas são eternas,
imortais , presentes
desde os altos céus onde se situa,
e brinca com as águas do mar,
fazendo-as em gotículas,
pontinhos rebrilhantes pelo Sol
Magia e verdade
Caído na tentação do capeta
- o capeta do ódio e da maldade -
manifestou-se em
loucura, desde a alma agrilhoada.
Trágico drama,
de aflitivos medos,
de sofrimento descomunal;
dor muita no coração.
A má sina lhe queria tomar a vida,
fazendo-o mais um desgraçado no mundo.
Para além se houveram idos
os momentos de extasiantes prazeres;
para além se houvera ido
o sonho de felicidade.
A esperança subsiste por si,
e a morte rondou-lhe mas não lhe abarcou.
E por um desses mistérios dos que há
entre o Céu e a Terra,
magia e verdade,
do ser feito divino, feito eterno,
o Amor do Mundo
como boa sorte, lhe sorriu.
E esse amor é sua paixão.
Nas auroras, beleza nas cores
das grandezas naturais;
e hoje faz-se em expressivas emoções,
seu ser de coragem, seu ser de bondade,
conservado o menino.
Fluxo sequencial
Santelmo vive a dispor
de impulsão e força
no sentido duma realização;
um desejo em consumação.
Reagindo a um mundo abrasador ;
respondendo-lhe incontinenti
ao seu transtorno lhe imposto.
Faz-se consequente ação
à ação desta amolação,
qual abraçada missão.
Até se entenda obsessão,
psicótica obstinação,
lhe é pois juramentada obrigação;
vontade em animação,
inabalável, sem senão,
pela natural inclinação.
Se passatempo terapêutico,
ainda é capricho d’um gosto;
é assumida responsabilidade
de revelar também a luz...
E vai seu fleuma nesta arte,
sem nada mais tanto esperar,
mas fiel ao empenho
de imprimir até onde possível
consistência e valor,
lhe permitindo a refazer
até o quanto lhe compraz.
E seguindo o fluxo desde o início...
E não é Santelmo pouco nem muito
diferente das coisas que são...
E do nada que é então,
é exatamente o que é, o que faz
no cumprimento desta meta.
E é um dos tantos que sonham.
Lira e Cecílio
Lira e Cecílio são plena harmonia,
e ele a ama com precisão.
A trajetória de Cecílio
é repleta de contratempos,
desencontros do desejo;
muito dela assim se distanciou,
e mais e mais...
E assim foram tantos caminhos,
do tamanho do mundo;
e ela sempre mais o fazia sonhar
as coisas do amor e tudo o que envolve...
Mas a mantinha no fundo d'alma
e todo o tempo a levava em si
como se desde sempre
em seus braços perenemente...
E após suas ambulações,
enfim se encontraram em paz,
para viverem a completarem-se
eternamente em Cecílio
Lítero-musicais sobressalentes imagens irradiadas
Sobressaem nas linhas e entrelinhas
dos versos, das letras,
musicalmente expressas
de mídias irradiadas,
umas após outras,
imagens que evidenciam,
em vivas cores,
fatos tantos
nos embates da vida,
nas lidas do mundo,
do mundo dos homens...
Entre os mais relevantes,
são estados limites de tensão,
são socos, são tapas, ferimentos,
fissuras que se abrem,
dentes que se quebram,
faces outras oferecidas;
são homicídios;
transas gerais,
beijos roubados,
traumas não resolvidos,
arrependimentos,
o mundo das drogas,
sonhos sonhados
e perseguidos com obstinação,
submissão e escravidão,
circo armado,
palhaços tristes ,
palhaços alegres;
são transtornos,
feitiços e magias;
ventanias dando em cabelos,
desilusões de amor,
sentimentos agudos
de falta de alguém,
sumidos da presença,
mas forte ainda no coração;
desatinos escandalosos,
lábios de rubro batom,
passagens em hospícios,
pânicos e desesperos,
medos e consumições,
vozerios agonizantes,
alucinações ;
outras dimensões mentais,
experiências ufológicas,
saídas definitivas de casa,
retornos pra casa,
viagens de idas e voltas,
viagens sem volta,
estrelas que se vão dar às testas,
escatológicas decorrências,
percepções metafísicas,
céus mudados em estranhos tons;
versos, prosa, cantorias
e outras artes tais;
cantos em explosões;
olhares faiscantes de ódio
flagrados;
corações partidos
a gotejarem sangue;
pedradas em vidraças
noites em cadeias
gregos beijos desentendidos
virgindades perdidas
desencantos e frustrações
pesadelos em sonos
pesadelos despertos
muito trabalho
muitos biscates
saltos do alto de prédios
longas estradas caminhadas
fome e mendicância
sarjetas gerais
aparições espirituais
o mal encarnado que se revela
sorrisos da luz
reencontro da paz
reencontro do paraíso
um lugar que é o lugar
onde o sonho é soberano
para se começar a realizar
entre desilusões profundas
e frustrações sem fim...
Promessa
Seu amor prometeu voltar.
Não piscou em acreditar.
Resolveu esperar...
Tempo que fosse levar...
Tentaram levar-lhe
para seguir outros caminhos,
com promessas de muitas doçuras,
mas a tudo resistiu,
pois muito acreditava
que seu amor voltaria...
Quase ninguém mais acreditava
que seu amor voltaria,
tanto tempo já passara
e sua crença não mudava:
‘seu amor iria voltar’ ...
E por conta disso sofreu muito;
muito e de todo jeito...
E até já definhava,
tanto que penava;
até saiu a procurar o seu amor;
longe foi ; muito procurou;
já quase não levantava;
já quase não insurgia;
o mundo já lhe amedrontava
- tão nefasto se lhe configurava ...
Mas numa noite, enfim,
Sorrindo, lhe apareceu seu amor....
Revelação
Surpreendente aparição,
atinente a solução
de tormenta fundada,
da dissolução instaurada;
inspiração assente
na vida eternamente;
da maior riqueza;
a máxima grandeza...
E trás um bem de verdade;
da mais serena tranquilidade:
a paz e o entendimento;
descanso do pensamento;
faz um ser reencontrado;
no seu eu, um restaurado;
bonança enfim vivendo,
até o fim sabendo.
Faz alguém sempre melhorando,
com seu poder firme e brando,
de singela pureza,
de tão exata beleza.
Alguém que vai até o amor;
alguém que espera no amor;
alguém que pelo amor vai fundo
assim, se atina mais do mundo...
Alguém que quis demais o amor;
alguém que longe foi pelo amor;
alguém que seguiu seu caminho,
para encontrar seu pleno carinho...
O amor que arranca da solidão;
que abriga um bom coração;
que gera a alegria com seu sorriso;
que faz se ver num paraíso...
Aparição revelação;
providente iluminação;
atesta-se mesmo salvação
da descendente perdição...
Divino
Emanuel da Luz tem alta capacidade;
dentre os primeiros do ranking;
diletamente considerado,
desde o zero vírgula um.
Emanuel da Luz é superior,
dentre superiores,
humanos gênios,
pelo que ressalta em diferença.
Estrela destacada nesta constelação,
é uma grandeza da natureza
e se faz maravilha do mundo,
pois Emanuel da luz nele se projeta
de modo planetário, universal;
é astronômico, cósmico , divino.
Luz da vida
Você pinta em sorrisos,
transmitindo alegria,
imprimindo motivação,
desvelando o paraíso;
você percebe nas estradas
quem segue longos caminhos;
saca assim o amor que têm,
nas atitudes de fé e reverência;
se faz luz espiritual à visão;
sua dedicação
é um fato incomum ,
a tantos comum;
sua presença ainda pertinente
decerto surpreende,
reveladora , salvadora.
Ainda que não suspeitem,
você consta inserido
no sentido mais estrito
em palavras iluminadas,
em contextos tais e quais,
proferidas pelos heróis do bem,
os vitoriosos, como causa fundamental,
referência preferencial.
O amor de verdade
O mundo é melhor
Se se tem o amor de verdade.
Se se tem sonho,
nele se adentra,
para ele levando
nuances da realidade,
não tão de viés,
não de forma tal
que o desencante;
No meu mundo
não há mal, nem há dor,
nem há mais perigo de haver...
Esse mal e a essa dor que me haveriam
não fiz por permitir
que em mim se instalassem,
embora me rondassem...
o mal e a dor
se entranham
de definitiva forma,
mas o mundo fica melhor, ainda assim,
se se tem o amor de verdade;
e se implica o mal pisado, subjugado ;
e a dor do mal acalentada...
e se faz e acontece...
Há no mundo muito por se indignar,
ainda que não se tenha o mal e a dor,
mas não se chega renegá-lo de todo,
no que consta belezas, natureza,
que pra tantos de nós
sobressaem bem mais,
a ganhar o corações...
Para o que mais importa
nos bem-quereres,
nas buscas pelas perfeições possíveis,
se pode ter tudo que se precisa
no meu mundo:
o suficiente saber,
das experiências do bom
e do seu reverso,
e as palavras que se lhes conferem,
que se lhes envolvem ;
as palavras que desse mundo
se pode desprender...
E será sempre assim,
e talvez mais,
no que se devota
a fazer esse mundo tornado redimensionado
em todo o tempo, em todo o espaço
possível no universo.
No mundo tem esse Sol,
e a sua sombra,
por onde se pode seguir
em precisa diretriz...
Passageiros
Nesta vida tudo é passageiro
menos o motorista
e o cobrador,
dizem com graça e razão
e estes versos vem lembrar
esses passageiros outros
distintos nesta viagem;
o vendedor de doces,
para a boca adoçar;
o vendedor de picolé,
para refrescar;
o de amendoim,
para a fome enganar;
os vendedores de coisas mais,
para o que for lá;
o que faz teatro,
para animar
o que assalta,
para apavorar..
o que pede um dinheiro,
para nos sensibilizar...
o que leva o Evangelho
pregando em tão alto e bom som
que tantos se incomodam...
Outros ainda nesta viagem são bem discretos
e viajam com outros fins:
o que vigia o motorista
e o cobrador , pois a empresa; assim os delega;
o que vigia os passageiros,
todos devem viajar sem enrolação.
Outros mais passageiros
que se destacam neste universo de viagens
são aqueles verdadeiros aventureiros
como o que faz morcego;
o que vai pongado
por fora da porta fechada;
e o que surfa sobre a carroceria
- viajam viagens radicais
e cheias de adrenalina.
Sociedade humana
Na sociedade humana
coexistem mares de lama;
tanta gente em desespero
nesse nosso planeta.
E há tanta rebeldia;
e se mata e se morre,
e o destino humano
é triste constatação.
É tanta desgraça
que ressalta,
que não é viver,
mas só sofrer...
Ó, quanto é preocupante,
muitos perdem a razão...
É um clima assustador;
e haja depressão...
Existe satisfação?
Existe o bem viver?
Se insinua ter
na vida real prazer...
Ouço vociferações,
desse estado de coisas.
São urros transtornados
de quem não se cala a contestar.
A Era da Inteligência
A sociedade segue rumo ao ajustamento.
Passará a fase da incompreensão
e virá a do amor.
No alto do seu desenvolvimento
a coletividade global
será uma nação fraternal,
num sistema o mais perfeito.
O ideal da civilização em bem-estar...
Todos gozando dos mais plenos direitos,
usufruindo da ciência com consciência.
Será uma nova era na história humana;
a Era da Inteligência.
Eu e meus companheiros
Todos com quem cruzamos
nesta longa ou curta jornada de viver
nos soma algo à existência.
Nos humanizamos nos relacionamentos,
entre pares e ímpares.
A convivência vale aprendizados.
Todos nos vêm acrescentar um saber,
de uma forma ou de outra,
direta ou indiretamente,
por bem ou por mal.
E nos envolvimentos desta contingência
é que brincamos brincadeiras de crianças;
subimos às árvores;
vamos crescendo, nos entrelaçando,
com marcas impressas de uns nos outros;
nos beijamos ; nos amamos ;
nos fazemos; nos criamos;
nos damos ; nos conhecemos ;
nos fazemos afins, ou não;
nos formamos companheiros de aventuras;
comemos , bebemos , fumamos , transamos,
transgredimos ;
aprontamos umas e outras;
tentamos , erramos, acertamos;
nos equivocamos; passamos boas ;
passamos más;
divergimos , nos xingamos, brigamos, nos batemos,
nos ferimos, nos matamos;
nos vingamos; nos perdoamos;
exercitamos uns a compreensão
para aceitar o semelhante
no coração , o irmão;
para aceitarmos a nós mesmos,
ou não...
Nos atiramos uns aos nossos sonhos;
imbuídos no sentimento do Amor Real;
tomamos caminhos, saímos por aí,
determinados n’alguma fé
e conferimos o valor de nossa convicção
completamo-nos nesses nossos estudos;
conquistamos nossos pensamentos
por arte mais precisa,
eu e meus companheiros...
Ambiguidades
O que é ambíguo,
na acepção do que é incerto,
duvidoso,
é certo, é errado;
é feio, é bonito.
Não se pode ser contra ou a favor;
gostar ou desgostar; amar ou odiar...
É como o homem com seus vícios e virtudes
uns mais a mais,
outros menos a menos;
uns mais o bem
outros mais o mal
- também de acordo com o ângulo p
elo qual vejamos,
com nossas qualidades,
com nossos defeitos,
e de acordo com o eu que o dia traz
em si, e no outro -
tomemos o homem,
estudemo-lo,
o homem em sua natureza,
e que algo que lhe podemos
universal atribuir?
Ambiguidades...
Augustino e a Madame Vidente Iluminada
Augustino sofre os reveses da paixão.
Foi um cego mergulho
no fundo de um poço sem fim,
pelo seu desejo de tudo;
e perdeu o bem que tinha;
e não havia o bem que intentava.
Houvera jogado com a vida,
e tudo perdera;
e se enredara irreversivelmente,
até seu fim, e talvez mais...
Não tinha por si mais amor,
e o que à vida tinha,
era àquela sua, desregrada...
E se tinha a outros,
era àqueles outros companheiros
das madrugadas, das bodegas, da sarjeta ;
e pelas prostitutas, pelos malandros,
pelos ladrões, traficantes e tais.
Tendo amor a estes tinha tudo.
Assim se lhe passava;
assim se sentia em paz.
E tinha em si que esta
era mesmo a sua vida.
E quando alto na madrugada,
passava à rua que ia dar à sua,
onde dormia num velho quarto de pensão,
a certa altura deixava-se ler uma placa
postada a meia altura de um prédio,
e sentia como a mexer consigo:
"MADAME VIDENTE ILUMINADA
RESOLVE PROBLEMAS DE VÍCIOS,
DÍVIDAS, FEITIÇOS, AMORES PERDIDOS,
ATRAPALHAÇÕES, CAMINHOS FECHADOS.
DEVOLVEMOS O SEU DINHEIRO
SE FICAR INSATISFEITO."
e então imaginava no seu álcool,
mente, espírito, corpo cansado,
que a Madame Vidente
se oferecia para resolver sua vida.
E até lhe passava o pensamento
de ir então à tal Madame.
Mas logo num arregalo de olhos,
enxotava esse pensamento com desprezo.
Via então a Madame lendo sua mão,
cartas, búzios e bola de cristal ;
e lhe dizendo que vê isso e aquilo,
e um monte de baboseira mais:
do que fazer; do que comprar
para afastar os maus espíritos,
zanzando à sua volta...
E lhe dizendo para ter esperança,
pensamento positivo e fé,
para tudo dar pé;
e que Deus vai ajudar
desde que faça por onde...
E nessa madrugada,
Augustino estava bem cheio, altíssimo.
E se pegou lendo a tal placa
como se não a houvesse antes lido.
E pensou na Madame,
e logo arregalou os olhos;
não conseguia decidir
visitar a Madame Vidente.
Pensava se era orgulho;
ou gostava no fundo da vida que levava;
ou no fundo não acreditava que Madame
pudesse resolver seus problemas profundos;
ou preferia sofrer ainda
como inocente vítima do mundo,
como se fosse ao mundo causar remorsos
pelo seu sofrimento;
e Madame Vidente era parte desse mundo...
E pensando assim,
com repulsa e determinação etílica
gritou ecoando, como um estouro de desabafo,
na madrugada da estreita ruazinha,
calçada de antigos paralelepípedos,
respondendo à placa da Madame :
- Madame Vidente !!!
-Vá roubar um demente !!!
E seguindo mais alguns passos,
depois de bem assim pensar ecoou:
- \Cambada de Espíritos sacanas !!!
-Vão plantar bananas !!!
Naquela noite, como quase sempre,
jogou-se na cama, travado, de roupa e tudo.
Mas, como quase nunca acontecia mais,
deu uma alegre gargalhada. E dormiu...
Triste
Constatino não fumava,
não bebia,
não se drogava,
de forma nenhuma;
alimentação balanceada,
moderado no sal,
moderado no açúcar,
nada de fritura,
nada de gordura...
Praticava atividade física,
além de ioga e meditação,
leitura dinâmica
e memorização.
Estudava informática;
tomava aulas de violão,
entre outras atividades,
todas elas positivas,
além de ter estabelecido um objetivo,
visando a plena realização...
Aconteceu que em seu carro,
voltando de um dia de trabalho no escritório,
louco para chegar em casa,
para sua mulher e seu violão,
uma bala perdida de um tiroteio
entre policiais e bandidos em fuga,
os quais acabavam de roubar um supermercado,
atravessou-lhe o crânio,
decretando seu fim,
e o fim de tudo que era,
e de tudo que seria.
Podia ser este acontecimento
um fato comum, corriqueiro,
já banal no nosso dia-a-dia,
como de fato o é
de toda forma;
mas a particularidade
que mais chama a atenção nesta história,
que faz desta história
uma bruta ironia,
é que nosso personagem antes sucumbia no vício,
nos happy-hours que longe se estendiam;
nos fins de semana de farras em que invernava;
e se decaía, e decaía mais e mais às quedas,
com dormidas no chão,
entre outros vexames mais e tantos.
E todos só lhe esperavam o pior daquilo...
Dependente químico
que era caso sem solução...
Porém, espantosamente,
uma notável mudança
passou a ser percebida por todos,
admirados no nosso personagem,
pois houvera parado de beber
de fumar,
de se drogar;
houvera parado de mal se alimentar,
e se dedicava a atividades físicas
e outras atividades positivas.
E já vinha assim há meses,
na maior naturalidade;
não parecendo sofrer de abstinência
nem a força de vontade lhe pesar.
Nem se mostrava nervoso, irritadiço,
ou que padecesse qualquer outro efeito
decorrente da abstinência
- e até se permitia ir ao bar
cumprimentar os amigos
conversava um pouco,
tomava umenergético,
se deswpedia e ía pra casa.
Porém ainda com poucos meses
de seguindo seu novo caminho,
veio-lhe o fim nesta trágica forma,
que mesmo sua mulher, então feita viúva,
num momento de desabafo no velório,
clamou soluçante a desejar
que antes tivesse ele na farra,
saído do trabalho,
se jogasse no seu longo happy-hour
e isso não teria acontecido.
Quem contestaria
a chorosa viúva nessa sua tristeza,
a mãe de sus três filhos pequenos
que pela vida sentirão sua falta?
Quem?
Mas esta tal história
não está aqui ilustrada
para que se desestimule
atitudes de mudança de hábito
visando o bem estar.
Claro que é o melhor é não fumar,
não beber,
não se drogar,
bem se alimentar,
praticar ações positivas,
e ademais, é como ele mesmo dizia,
rebatendo àqueles que argumentavam
contra a sua ideia de deixar de consumir
substâncias nocivas,
argumentando que de uma forma ou de outra
todos vão morrer mesmo,
que o caso não era de morrer ou não morrer
mas de viver bem; viver o prazer do bem-estar,
que realmente vinha mal, cansado, sem fôlego,
sentindo já isso e aquilo,
mas o caso desse rapaz
é realmente triste.
Dia brasileiro
Alto e majestoso Sol deste dia,
incrustado no Céu, sua luz irradia,
avivando cândidas nuvens a vagar
sobre a mata dançante, espetacular.
Brasileiros
Eram índios de Tupã em suas florestas e rios.
Vieram brancos de além-mar,
com armas e a cruz de Jesus;
sequestraram negros,
que trouxeram seus orixás.
Assim basicamente se formou
o mundo por estas bandas
d’onde vim; d’onde sou.
Assim é que tenho em mim
mares, rios e florestas;
armas , pólvora e munição ;
tenho o Deus Tupã,
tenho o Jesus da cruz;
tenho os orixás do candomblé;
tenho tudo isso, e mais tanto
o que vem dar por estas bandas de cá,
à minh’alma conquistar...
Tudo isso tenho;
tudo isso transpiro,
brasileiro.
Resistência
Após sofrer as barbáries
da dominação, da escravidão;
da sujeição na exploração;
da humilhação na subjugação;
da aflição na condenação,
pois foram seqüestrados
do seu paraíso;
sacados da liberdade;
privados do seu bem viver,
felizes em suas famílias,
em suas tribos,
o negro sobrevive,
resiste,
luta,
com sua arte,
sua relevante cultura,
seu sagrado candomblé,
seus venerados orixás,
soberanos em seus terreiros;
com sua genuína capoeira;
com seus batuques
conquistando o mundo;
encantando com seu gingado...
O negro se evidencia no mundo
com seu modo de ser, sua filosofia;
energia positiva da alegria...
Amando
amando
se sente
o amor
a ser.
amando
se sabe
o coração
em amor;
amando
se chega
onde leva
o amor.
Amando
se descobre
o amor
o que é;
Controvérsias
Com a morte tudo se acaba,
a família, os amigos e os não amigos;
o azul e as cores todas;
a alegria e a tristeza;
a felicidade e a infelicidade;
a doença e a saúde;
o amor e o ódio;
o orgulho, a vaidade;
os vícios, as virtudes;
os sentimentos, as saudades;
o que é bom, o que é ruim;
o prazer, o sofrimento;
o medo, a coragem;
a fala, os sentidos...
É o fim do vento, da chuva
das matas, do mar, dos rios,
da natureza,
do coração...
É o fim das maravilhas
e também dos horrores;
é o fim do mundo;
o fim da vida;
o fim do que se gosta
e do que se desgosta.
É o fim do pensamento;
o fim da cidade;
o fim dos momentos;
o fim de tudo;
o fim do que se vê;
o fim do que vale;
o fim do que não vale;
o fim das caminhadas;
o fim dos encontros;
o fim dos desencontros;
o fim das experiências;
o fim das viagens;
o fim dos quereres;
o fim dos gostos;
dos desgostos;
É o fim das paisagens;
dos encantos;
do atraso;
do progresso;
o fim da claridade;
o fim da escuridão;
o fim do saber;
o fim da ignorância;
o fim das gentes;
o fim dos ateus;
o fim dos não ateus;
mas se não for o fim
o que será?
Aí vem as controvérsias...
De qualquer maneira
é a morte
o fim também das controvérsias.
Com amor
a tudo via com amor
mente fascinado pela vida
Pela sua estupenda grandeza
Que lhe maravilhava incondicionalmente
Pelo seu quê de misterioso e enigmático
No universo indecifrável
Na sua surpreendente ordenação
via a humanidade ( os homens )com amor
E amava mesmo os homens
Pela ignorância de sua gênese
Sua fraqueza diante dos próprios instintos
Via a todos como inocentes criaturas
Mesmo em seus desmandos e maldades
Por suas crenças e ideologias
Sua fragilidade diante das intempéries da natureza
A maldade é uma ignorância
um dia
Vivendo com seu coração aberto
E toda a sua boa vontade
Entregue aos desejos do seu coração
Nos entrelaces das aspirações
Que vão fomentando os enredos
Em seus dilemas , dramas e tragédias
perdeu o
E a natureza se revelava
Sem o brilho e sem a cor
Como era de ver
Não mais aquele do azul do céu
Dos verdes das matas
Do ouro do sol
As cores da natureza se lhe tornara em__________
Sem vibração, em preto e cinza
A beleza da natureza
Montanhas , rios , mares
Gentes , animais , árvores
Flores que fossem
Ainda assim via com amor
Os seus desmandos sofridos
E
A morte se lhe prenunciava
Acenando-lhe vindo
Avisando que estava
Chegando para lhe levar
Para encerrar seus dias
Aqueles de encanto e os de
E começara a refletir em sua vida
O bem que fizera
O que fez e aconteceu
O tempo de encanto; o tempo de desencanto
Que se estendia por fim / e já causava enfado
Mesmo o seu sofrimento com amor
E mesmo a morte lograva ver com amor
Começava ( passara ) a ver com amor
A morte lhe viria salvadora e redentora
Em transcendência a aventura final
A cantar
Prudêncio vive a cantar;
e como é belo
seu viver a cantar ,
de puro sentimento;
o mundo a envolver
com seu som no ar;
de palavras a encantar...
Como é belo
seu viver a cantar;
o tempo todo a cantar;
a vida toda a cantar;
seu tanto cantar;
seus dias a cantar...
E cantando viaja;
e cantando longe vai;
e fronteiras cruza...
E vive a cantar
pelo bem ou pelo mal
que lhe vem do amor de si.
E vive a cantar;
e morre a cantar;
e fica a cantar...
Em órbita
Vinha um planeta
desgovernado pelo espaço,
após ter sido abalroado
pelo cósmico impacto
de uma pedra que de longe veio
e o deslocou do seu eixo,
fazendo-o sem direção
pelo espaço sideral adentro,
até o descanso d’uma órbita,
quando enfim a encontrou.
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