quarta-feira, 26 de maio de 2021

A grandeza da vida


















Trazemos o bem e o mal;

estupidez, insensatez;

mas também compaixão

e solidariedade.


Descobrimos remédios para viver;

para morrer inventamos armas.

Declaramos guerra;

fazemos acordo de paz.


Construímos, destruímos;

desmoronamo-nos em malfeitos,


mas também nos elevamos

em prodígios venturosos.


Desde remotos tempos estamos vindo

a buscar conforto e sobrevivência

- afinal quem quereria na caverna

ainda dormir no chão duro,

e viver exposto

às feras predadoras

que tínhamos de caçar para comer ?


or, como grupos de semelhantes,

conflitamos com outros grupos de semelhantes,

de entendimento diverso do bem;

e somos naturezas díspares em conflitos.


Estamos ainda vindo sem a confraternização

universal, de ver-nos em cada outro:

a família humana.

Estamos ainda vindo

sem nos abraçar, sem nos dar as mãos,

sem nos abraçar as almas.


Mas resta ainda se somos

recém saídos da casca do ovo,

naturezas em evolução,

há esperanças de convergência futura

para a compreensão fraternal,

em que nos consideremos

consanguineamente,

da extraordinária família humana;


resta ainda se somos assim tão imaturos em relação

a seres bem mais adiantados, de outros planetas;


resta ainda se vivemos

um processo progressivo a alcançar

unidade em harmonia;

se reverteremos os danos

causados à natureza;

tomando-a como aliada e protetora;

nossa benfeitora.


Se assim já começamos;

se já temos em nós, se já fazemos em prol

da solidariedade integral;

pelo nosso bem


-apesar da rudeza reminiscente,

que ainda sacrifica vidas -

se o bem mais já se faz,

neste processo em avanço,

pelo ideal mais humano,

de busca da paz e do amor unânime,

vencida a guerra, a fome

em todo lugar;


só para viver a fruir da beleza,

da grandeza,

da vida.

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