Enquanto o Universo segue em expansão,
desde aquela inicial explosão,
ou o que seja
do que lá tenha sido,
nas conjecturas de obra divina
- nas suspeições pelo Princípio Antrópico,
ou o que quer que lhe contraponha -
nas suposições do Acaso ,
cientistas eurecam descobertas
a partir de pesquisas e experimentos
em seus laboratórios;
religiosos reverenciam divindades,
e por suas crenças,
muito são capazes de aprontar,
desde a fé ao fanatismo;
sonhadores estelares projetam no astral
seus mundos idealizados,
pelo qual incursionam
em patéticas aprontações, até loucuras ;
enamorados fruem do seu amor,
encantados , enfeitiçados
seguindo aos anéis
do aspirado compromisso mútuo
ao altar do ‘sim’ ,
ao lar da doce união;
geramos gametas ,
a tornarem-se embriões , fetos ,
bebês , crianças , homens e mulheres
a gerarem espermatozoides e óvulos
no nosso ciclo de nascimento, crescimento , reprodução e morte;
a água da chuva cai sobre a Terra
desde nuvens feitas de vapores pelo Sol
nas águas dos rios , lagos e mares ,
no ciclo do líquido precioso;
plantas geram flores
- pr'onde vão borboletas,
metamorfoseadas desde larvas e lagartos -
e as flores fazem-se em frutos com suas sementes
que caem na Terra e se desenvolvem em nova planta
no ciclo vegetal , clorofílico
- absorvendo gás carbônico e liberando oxigênio;
a Lua Cheia torna-se em Minguante ,
d’onde vai a Nova e então Crescente em suas fases,
favorecidas pela ação do Sol;
o Outono, com suas árvores desnudas em galhos secos,
pelas folhas caídas a se renovarem,
caminha para o Inverno das chuvas e do vento frio,
seguindo para a Primavera das flores e das borboletas,
seguindo para o Verão do calor do Sol;
a convivência humana segue em complicações,
desde a luta pela sobrevivência, e por tantas mais,
na efervescência política de políticas e ideologias
e seus planos e promessas e soluções
nas várias dimensões e oposições
resvalando em sangrentos embates,
atentados , terrores e guerras;
as mídias noticiam ações humanas
desde boas a ruins e demais;
entidades obsessoras declaradas
invadem com arte, e encantamentos
- feitiços que se cravam em mentes em agonia,
como pinaúnas de pontas fustigantes,
entranhadamente fincadas
como vodu do mal de enlouquecer,
- irradia-se tecido vento, transado em cabelos;
vento e enlevadora fumaça em rituais macabros,
azoantes de fracos pontos psicológicos;
vento avassalador devastador em rajadas arremessadoras
abalroa juízos e Sistemas Nervosos Centrais;
vento quente como que soprado da boca de um dragão;
vento que agita e atormenta à meia cegueira com batuques contundentes
e vozes humanas em frenesi e balbúrdia;
vento que emaranha pensamentos adstringe ideias,
vacila caminhadas,
abala sonhos de sonhadores,
que pelos seus sonhos vão longe onde se inclinam;
e pela ação do vento se entorta , se enverga ,
se fica de quatro , se agacha , se rasteja , se luta
para não soçobrar além da linha do chão
ou às cinzas da cremação;
veladamente,
urdem homens uns aos outros tramas;
afundam seres em caos à tortura;
maldades com requinte de crueldade;
espectros abrem-se a visões
de inexplicáveis sobrenaturais...